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Wanderlino Arruda
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Livro de prefácios e comentários

Wanderlino Arruda

2014


LABOR CLUBE DE MONTES CLAROS

         Na opinião de Andrés Segóvia, a beleza estética consiste essencialmente em um ato de amor entre o artista e seu meio de criação. E é esse sentimento que se comunica ao público quando nos momentos de contato, este se vê diante de uma obra de arte, seja este um filme, uma peça teatral, uma pintura, ou texto em livro ou na Internet. Um simples flirt ou uma concentração profunda estabelecerá a interação entre os dois, da qual surgirão os mais inusitados ou diferenciados sentimentos. Na maioria das vezes, é aceitar ou não aceitar, absorver ou não absorver, prazer ou felicidade. Em linguagem menos nobre, é pegar ou largar...

Juventude, companheirismo e serviço; notável exercício de cidadania, ideal de servir; ontem e hoje, muitas as lembranças por traz dos altos e baixos dos casarios de Montes Claros. Gratas memórias de Geralda Magela de Sena Almeida e Sousa em que a música da jovialidade coloria um tempo de sadios prazeres, tudo sonhos, tudo interesses no viver e conviver gostosamente. Arquitetura de história e estórias urdidas e bordadas em liderança inesquecível, moças e rapazes até hoje reconhecidos por dotes de inteligência e talento. Belezas deixadas e continuadas pelos cantos e recantos da vida, neste século espalhadas por infinidade de territórios da entidade chamada Brasil, quando dá gosto reviver os tempos do Labor Clube de Montes Claros.

Foi o Labor, ao lado de outros clubes similares – Orbis, Rotary, Lions – que deram força e coragem para o engajamento na construção e transformação de vários segmentos da sociedade montes-clarense, uma passagem linda do individual para o coletivo. Parece-me, a primeira vez, que jovens de lares abastados descobriram que nem todas as famílias faziam feira ou iam aos armazéns, nem todas as crianças dispunham de livros e materiais escolares, nem todos os idosos podiam ir às farmácias. De uma hora para outra, apareceu-lhe um novo mundo de necessidades e carências, que com um pouco de esforça pessoal e coletivo, poderiam ser remediadas. Pela primeira vez, o gesto solidário deixava de ser basicamente religioso, passando para a área institucional de serviços à comunidade. A solidariedade como dever maior, gente conhecendo gente, gente ajudando gente. A responsabilidade passou a ser coletiva com o novo espírito do Labor.

As ricas pesquisas feitas por Geralda Magela De Sena Almeida e Sousa vêm realmente atender o chamamento histórico dos 150 anos de Montes Claros, que não podiam ficar restritos a 2007, mas ter uma sequência natural falada e escrita por todos que viveram ou estudaram a última metade do Século XX. É assim que ocorre um importante resgate de duas décadas, quando foram destaques além da própria Magela, Julinha Lafetá, Rosália Gomes, Fátima Mendes, Branca Dias Neto, Carmem Lúcia Antunes, Marinilza Mourão, Wanda Carvalho, Lídia e Lúcia Teixeira, Josefina Pereira, Felicidade Patrocínio, Mabel Morais, Márcia Melo Franco, Magna Casasanta, Almerinda Tolentino, Iranildes Cardoso, Wilma Sanches, Miriam Veloso Milo, Zulma Ribeiro, Maninha Cardoso, Lúcia e Laíce Arruda, Beatriz Maia, Lúcia Lopes, Beatriz Santos, Elizabeth Brant, Marilda Veloso, Neusa Linda e Verônica de Paula, Regina Malveira. Como não lembrar carinhosamente das presenças de Selda Cabral, Regina Malveira, Márcia Valadares, Ceres Pimenta, Aparecida Costa, Alda Nogueira, Carmem Tupinambá, Dorinha Mendes, Iolanda Fróes Eugênia Brito, Joelita Leão, Laurita Ruas, Maninha Cardoso, Maria Augusta, Evangelina Miranda, Renata Brito, Raquel e Cristina Peres, Renata Brito, Luíza Freire? E por que não registrar também os nomes dos rapazes Giovane Santa Rosa, Paulo de Paula, Ildemar Mendes, Antônio Carlos Amaral?

Mesmo longe das atividades do Labor e do Orbis, porque já casado e no meu tempo de Câmara Municipal, como jornalista sempre acompanhei as atividades dessa moçada importante no tempo de entusiasmo que seguiu o primeiro centenário de Montes Claros. Louvo de alma e coração o trabalho perfeito da professora Geralda Magela, minha ilustre companheira no Instituto Histórico e Geográfico. Sinceros aplausos por sua minuciosa e bem feita pesquisa, pelo registro realmente bem redigido, importante subsídio para os que também vierem estudar e historiar os sucessos montes-clarenses. O livro LABOR CLUBE DE MONTES CLAROS é e será um ícone luminoso de uma época mais do que luminosa.

 Os que vão viver saberão disso!

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