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A Internet no Norte de Minas

Wanderlino Arruda

No princípio, nada. Nem mesmo um sonho. Quando muito um pouco de idéias, esparsas idéias de alguma coisa que pudesse chegar por aqui, nas distâncias dos grandes centros. Há dez anos, para comprar um simples micro, o cidadão ousado tinha que ir a São Paulo ou ao Rio de Janeiro. E, depois, quando havia necessidade de qualquer pequeno conserto, ainda estavam em São Paulo ou no Rio as primeiras oficinas, os primeiros entendidos com conhecimento mais completos ou recursos à mão. Por aqui, quando muito, poucos curiosos, pessoas que davam assistência a um ou outro banco, que também começava a usar informática. Ninguém tinha um HD de mais de 10 megas. E isso já era um exagero.

Na verdade, só de uns sete anos para cá, quando da liberação das importações, é que os computadores surgiram à luz do dia, deixaram o esconderijo da informalidade, encontraram corredores de entrada que não mais o Paraguai ou os esquemas de Miami. Aos poucos, as escolas de informática foram surgindo em Montes Claros, primeiro a Escola Técnica, o Senac, depois uns poucos pioneiros da iniciativa particular, quase sempre na base da improvisação. Internet ? Nem pensar, isso seria coisa praticamente inimaginável, a um custo quase estratosféricos da telefonia interurbana, como ainda acontece até hoje em países árabes, que as conexões são feitas por DDI e só acessíveis aos príncipes e às princesas.

Como a Terra sempre girou e continua girando, também um dia a Internet tinha que chegar por aqui. De início, quase que um posto de BBS, em seguida a Infoarte, depois a Connect. Tudo em Montes Claros, só em Montes Claros, com um mínimo de usuários, estes quase sempre em residências em que os pais presenteavam os filhos, com a esperança de que eles pudessem fazer pesquisas para as escolas. Hoje, a realidade é outra, inclusive com vários provedores, em Montes Claros e em cidades vizinhas, a Telemar com o Velox, as empresas de satélites, as empresas de celulares, todos juntos com mais de cinco mil assinaturas, não podendo, de maneira alguma, desprezar um trabalho também pioneiro da Unimontes e da Monvep, que atuam por canais independentes. O futuro é promissor. A velocidade de conexão aumenta, novas homes pages são ativadas, os endereços de e-mails chegam aos milhares. Já podemos dizer, sem sombra de dúvida, que podemos servir de exemplo até a regiões que sempre foram privilegiadas. Nossa qualidade de serviço é realmente admirável.

Muitas e muitas consultam provenientes de muitas cidades estão surgindo para a instalação de provedores. Já, já, o Norte de Minas representará um maravilhoso exemplo para outras partes do país.


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