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Livro de prefácios e comentários

Wanderlino Arruda

2014


JOÃO CHAVES

No antes, no durante e no depois sempre um feliz encanto tem marcado a vida de João Chaves. Isso é coisa que o leitor, que acaba de acompanhar todos os capítulos do livro de Amelina Chaves, não precisa de muito esforço para verificar. Basta um pouco de visão panorâmica e raciocínio comparativo para valores humanos – pessoais ou de família - importantes no tempo e na vida. Assim, vejamos, leitor/leitora, se estou ou não com a lógica, se tenho ou não tenho razão. Voltemos, pois, a nossa análise para todas as páginas deste livro e decifremos os Chaves e a chave do sucesso do biografado João Chaves.
        

          A primeira visão, o primeiro foco tinha que estar realmente no Cônego Chaves, ser fecundante em ideias e ações, em amor à fé e à vida, multiplicador de encargos na qualidade e na quantidade da quase iniciante população da Vila de Formigas. Ótimo exemplo de quem deseja um mundo maior e melhor. Do ontem ao hoje, toda uma riqueza de filhos e filhos dos filhos, em quatro gerações, cada um dando conta do seu recado na mecânica da criação. Mais seres e saberes, nas belezas da vida e da arte.

          Bom e importante que no centro do tempo esteja João Chaves, nosso maior e mais conhecido autor e ator de serestas, com função encantatória de elevar poderes de amor ao Céu e à Terra. Nas manhãs, sublimidade nos cantos de fé; nas tardes e noites, ternura em canções de amizade e amor. Sempre arte, sempre emoção, compromissos com a lua, seja em estreitas ruas e pequenas praças: sedutoras por natureza; seja em frias campas:  sentido mais nítido da verdadeira saudade.

          A importância de João Chaves não esteve somente na proficiência jurídica, em que foi mestre reconhecido e seguido. Muito devemos a ele pela antecipação de teorias e aplicações da Qualidade e da Inteligência Emocional, pois que tudo que realizou teve a marca de zelo profissional e paixão humanamente sorvida: um luxo só! Zelo nas letras, zelo nas músicas, vaidade na divulgação de umas e de outras. Um homem de marketing  a aproveitar todo o tempo, disposição sem limites. Bem vestido, gravata borboleta como diferencial, era árbitro da elegância sempre com ternos bem talhados, sapatos de pelica, colarinhos e punhos magnificamente engomados. Palmas para Dona Mercês, senhora e escrava de tudo.

          Não é favor – e não é mesmo -  colocar João Chaves entre os melhores e mais eficientes construtores da cultura de Montes Claros. “Amo-te muito” e “O Bardo”, pontos altos da seresta, têm dimensões importantes no cenário nacional, principalmente para os mais entendidos.  Não se tem notícia de qualquer ideia em contrário. Poucas músicas, no Brasil, receberam tão entusiásticos elogios. Em qualquer tempo!

Parabéns, Amelina Chaves, amiga e companheira, pelo muito que você tem resgatado dos saberes e dos costumes de nosso povo e de nossa região, principalmente desta Montes Claros, cidade da arte e da cultura. Com este livro – JOÃO CHAVES, ETERNA LEMBRANÇA -  todos nós ficamos mais bem informados e mais convencidos no papel de destinatários e produtores da história local.  Continue produzindo, continue embelezando a poesia das vidas edificantes. As gerações vindouras, por certo, muito lhe vão agradecer.

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