Mensagem de Ana Lúcia
Querida
mamãe Zulmira e querido papai Roque, Deus nos abençoe. Estou
aqui com a vovó Idalina. Devagar me recupero da situação
que me compeliu a deixar o corpo naquelas circunstâncias
indesejáveis.
Não
tenho mágoa de ninguém, caa qual responderá por si naquilo
que faça a si mesmo ou aos outros.
Esqueçamos,
mamãe, as dificuldades que tanto nos tem entristecido. Com
certeza, o meu espírito estava necessitado de suportar tudo
aquilo. Quem sabe em existência anterior eu tenha desrespeitado
os sentimentos alheios, não é mesmo?
Os
nossos isntrutores nos tem dito, que o erro que praticamos
é semelhante à tempestade que aos poucos se forma na atmosfera.
Quando as nuvens esparsas se reúnem e as condições ficam
propícias, a chuva desaba. Existem atitudes de nossa parte
que recebem imediata resposta da Lei, mas, outras, no entanto,
exigem preparo e serão respondidas no tempo.
A
injustiça que os homens praticam uns com os outros á manifestação
da indefectível justiça do Criador, que se prevalece dos
nossos atos de invigilância para nos educar o espírito.
Mamãe
Zulmira, transmita o meu amor e o meu carinho à Maria Inês,
ao Luiz Francisco e aos queridos sobrinho Leonardo, Lívia
e Leopoldo. Eu não os esqueço, estamos juntos.
Não
tenhamos receio, mamãe, de dizer aos outros que eu fui vítima
do H.I.V.
O
vírus que tem dizimado tantas vidas, surgiu no mundo para
também nos ensinar humildade.
Com
certeza, já falamos muito dos outros, não é?
Agora
estamos sendo forçados a aprender a guardar silêncio; se
eu fosse o caluniador ou o crítico contumaz, mais
eu teria medo, medo do que a minha própria língua leviana
pudesse fazr a mim e aos meus.
Nas
lições que tenho escutado dos nossos benfeitores, registrei
uma que me surpreendeu, que me impressionou, vivamente;
eles nos disseram que o mal, que com ou sem razão deliberamos
fazer aos outros, não nos será anulado no chamado Choque
de Retorno, que fatalmente nos atingirá, nem com a prática
do bem. O bem, por assim dizer, poderá nos minimizar o impacto
da prova, mas, não impedirá que ela nos atinja.
Mamãe,
com meu amor a todos que queremos bem, deixo-lhes o meu
afeto.
Sempre
a sua filha que não a esquece...
Ana
Lúcia Alves Rocha
Recebida
pelo médium Carlos A. Bacelli,
em Uberaba, MG, no dia 26/9/99
Fonte: Jornal Gaivota da Paz
Ano 11 Nº 162
Dezembro 1999
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