Do
ponto de vista material, é
a morte a maior de todas as certezas.
Talvez o único ponto de afirmação
que ninguém tem direito de
duvidar, pois, afinal, todos nós
morreremos um dia, cedo ou tarde.
Quando, onde, como, por isso ou
por aquilo só o futuro dirá.
A escolha muito indireta ficará
por conta de cada um, conforme a
vida que leva, os vícios
que carrega, os perigos que enfrenta,
a idade, os hábitos, a hereditariedade,
as doenças contraídas,
etc., etc. O natural é que
em determinada hora a nossa vida
terá um fim, uma passagem
para outro estado, uma transformação,
uma mudança de material para
espiritual.
A lenda do judeu errante, aquele
que vivia, vivia, andava, andava,
e não morria nunca, não
passa de lenda, simples estória.
Até a personagem bíblica
que mais viveu – Matusalém
– teve o seu final; deixando
o corpo físico ao pó
da terá, num tempo que parece
ainda não havia cremação.
Ainda não existiu na terra
alguém isento do fenômeno
de desencarne. Um dia o espírito
se libertará; vo1ltando ao
Mundo Maior, de onde veio, e de
onde de novo sairá para novas
experiências; assim, é
a lei. O caminho é a evolução;
um eterno buscar de luz; um aperfeiçoar-se
continuamente em direção
ao Mais Alto. A semelhança
da criatura humana com Deus está
nessa força; nessa iluminação
interior.
De nada adianta termos medo de morte,
já que ela é inevitável
e iguala todas as pessoas; nivelando
ricos e pobres, humildes e orgulhosos,
jamais escolhendo ou discriminando.
Podemos até dizer que é
social. Por outro lado, também
os que não têm medo,
os que a enfrentam com denodo ou
desprezo, estes até morrem
mais depressa, pois acabam buscando-a,
quando menos esperam. Assim, uns
morrem envoltos em tristezas, outros
no centro de sensações
de aventura, muitas vezes embriagados
pelo brilho do mundo, pelos aplausos
das arquibancadas da vida.
Para os que vivem os postulados
espíritas, a morte é
apenas uma passagem, um novo percurso,
uma mudança de dimensão.
O centro da vida é o espírito,
centelha de luz criada pelo Pai,
eterna, definitiva, em ascensão
constante pelo canal das sucessivas
existências ou experiências.
O corpo físico nada mais
é do que uma vestimenta passageira,
que cederá lugar a outra
da mesma espécie, diferente
apenas no necessário para
cumprimento da jornada reencarnatória.
Daí a religião ser
o constante reencontro, o religar
criatura ao Criador; sempre juntos
na eterna jornada.