Do
grego PHILOS – amigo x ANTHROPOS
– homem, significa amizade pelo
homem, pela espécie humana:
sentimento humanitário, altruísmo.
Quase sinônimo de fraternidade,
filantropia é uma forma de
amor universal, em cujo caminho devemos
trilhar, observando e ajudando a todos
os necessitados, desde os desvalidos
da sorte até os aparentemente
mais felizes. Filantropia deve ser
abnegação sincera e
legítima, em todos os sentidos
da vida, em toda cooperação
verdadeira, pois quem cede de si mesmo
dá testemunho de solidariedade
e de amor.
A filantropia, no sentido do atendimento,
da assistência, da busca de
transferência da felicidade,
é pura caridade cristã.
Ela inclui o nosso dever de esclarecimento
fraterno, a todo tempo que se faça
útil e necessário, pois
esclarecer também é
amar e ajudar construir e edificar.
Filantropia é prestação
de serviço – intelectual,
material ou espiritual – sem
remuneração, sem constrangimento
à pessoa auxiliada.
E é exatamente no ponto de
vista filantrópico que devemos
ver nossa comunidade, nossos companheiros
de viagem, dos difíceis trajetos
da vida de nosso tempo, quando tudo,
cada vez mais se transforma em sérios
obstáculos. Se viver já
é pesado, mais problemático
ainda é a convivência
de cada dia no duro ritmo de desesperados
a que nós estamos acostumando,
com mil obrigações de
toda espécie. Parece até
que já não somos irmãos,
não somos vizinhos, não
dedicamos nossa felicidade à
felicidade do nosso próximo.
Como somos todos eternos necessitados,
sempre carentes de algo, e só
aí o conceito igualitário
é possível, a filantropia
transforma-se em lei de assistência
mútua, em cooperação,
em suave troca de benefícios
comuns, para quem doa e para quem
recebe. O próprio ato de busca
do aperfeiçoamento pessoal,
de iluminação íntima,
já é uma espécie
de filantropia, uma vez que a auto-educação
contribui no planto geral para a felicidade
humana.
Uma coisa é certa: somos responsáveis
pela boa convivência, somos
responsáveis ao menos por um
pouco de alegria, um pouco de cultura,
um pouco de bem estar da nossa comunidade.
Se somos usufrutuários de bens
e conhecimentos encontrados à
nossa disposição quando
tomamos conhecimento do mundo, somos
por isso mesmo, devedores e co-obrigados
na melhoria social sob todos os pontos
de vista. Não é justo
que deixemos nossa comunidade da mesma
forma que a encontramos: bom e certo
é acrescentar-lhe alguma coisa
de nosso trabalho, algo de nossa inteligência,
alguma virtude, mesmo que pequena,
de nosso coração.
Não há na verdade, bens
produtivos em regime de estagnação.
Filantropia é dinamismo, é
movimentação de valores
em direção ao nosso
próximo, é vivência
em familiaridade respeitosa com todos,
em todo o tempo, em toda a parte.
Filantropia é a não
retenção de excessos,
na despensa ou no guarda-roupa, no
bolso ou na conta bancária,
assim, como dos objetos sem uso, ou
mesmo de reservas outras que podem
estar encaminhadas aos serviços
assistenciais.
Aliás, como disse o Apóstolo
Paulo, falando de caridade, o amor
não folga com a injustiça,
mas folga com a verdade. O amor tudo
tolera tudo crê, tudo espera,
tudo sofre. E amor é filantropia,
filantropia é caridade verdadeira.