As
7 pontes” de Maria Luíza
Wanderlino
Arruda
Foi
uma linda festa a de lançamento
do livro “As 7 Pontes”
de minha amiga, companheira de Academia
e de Faculdade, irmã de todo
o coração, Maria Luíza
Silveira. Salão cheio no Centro
Cultural. Rostos de muita simpatia
para com a autora, aquela sensação
de grata amizade por um passado e
presente de bons entendimentos, fruto
que só o amor pode realmente
construir. Coisa interessante: Maria
Luíza tem muitos amigos, sincera
gente que mora na sua alegria e no
seu viver, tudo muito lindo de se
apreciar. É bom que ainda exista
gratidão neste mundo, pois
a autora de “As 7 Pontes”
se tem tido na vida o trabalho sincero
em favor de todos que participam de
sua existência como professora,
como jornalista, como psicóloga,
intelectual e espiritualista de tempo
integral, sempre indicada ao extremo
tanto na alegria como na tristeza
de cada um ou de todos.
Estou
falando de Maria Luíza, porque
falar dela é o mesmo que falar
de “As 7 Pontes”, já
que seu romance, excelente do princípio
ao fim, é reflexo perfeito
do seu modo de ser, da sua fé,
do seu racionalismo, de sua visão
particularíssima, das fraquezas
e virtudes do homem e da mulher, juntos
ou separados. Realmente, “As
7 Pontes” é um livro
de sabor universalista, repertório
de experiências vividas e ouvidas,
sentidas e presenciadas, já
que Maria Luíza, como confidente
de muitos, sempre atenta a humanas
idiossincrasias, nunca perde ou esquece
um detalhe existencial, um desenho
perfeito ou simples caricatura a “vol
doiseaox” Pintora de caracteres,
observadora de feições,
afeita aos mais simples movimentos
da alma jovem ou adulta, nova ou envelhecida,
Maria Luíza sabe tecer a trama
interessante e policromia de que o
leitor não pode se afastar
enquanto não obtém a
catarse esperada.
Luiz
de Paula no prefácio muito
feliz, afirmou ter lido “de
um só fôlego todo o romance,
amarrando-se ao destino vivencial
de cada uma das personagens, que se
buscam e se atropelam numa ficção-realidade”,
num cadinho de sonhos, contradições,
amores e desenganos. Diz ele que “todos
nós nos reencontramos em episódios
diversos da história, pois
o tempo jovem dos homens e das mulheres
se escreve, de certo modo, com os
mesmos arranjos e iguais trajetos,
sobretudo no plano das idealizações”.
Livro de personagens modernas, afeitas
as peripécias da vida atual,
com o mundo centrado em Montes Claros,
Francisco Sá ou na Amazônia,
oferece, num balanço sincero,
o peso devido às influências
do espírito e da matéria.
Selva ou cidade, civilização
primitiva ou a caminho de evoluir,
a pessoa humana será sempre
um laboratório de reações
previsíveis para quem conheça
a vida e dela participa com amor.
Zoraide
Vasconcelos Teixeira, minha amiga
belo-horizontina de Brejo das Almas,
alma sensível como Maria Luíza
disse também uma verdade sobre
“As 7 Pontes”, que nenhum
leitor poderá desfazer: “o
livro restituiu-nos um bem precioso
que é a fé na vida,
a possibilidade de sonhar e acreditar
nos próprios sonhos”,
um feito de podermos idealizar um
mundo novo, incessante busca de perfeição.
“É filosofia, é
religião, é purificação,
e vida transbordando em plenitude.
É Maria Maria Luíza
com toda sua feminilidade, com toda
sua espiritualidade. Há nele
uma infatigável confiança
nos princípios básicos
sobre os quais deveriam se alicerçar
o destino dos homens”. Não
se pode arredar a idéia de
que “As 7 Pontes”, de
Maria Luíza tinha nascido em
parte na sua infância de Francisco
Sá, menina-moça que
viveu ao lado de Zoraide, duas intelectuais
desde os tempos de criança.
É por isso que Zoraide não
só gostou do livro: amou-o
como se ama a um filho ou a um irmão
muito querido. Maria Luíza
e Zoraide são realmente boas
irmãs, assim como eu também
me sinto com relação
às duas, sempre muito perto
do coração.
Voltarei
ao assunto, minha senhora, o que espero
não demorar. Afinal, farei
hoje quase que só aproveitando
das idéias alheias, justas
e bonitas, pois partidas de duas grandes
inteligências, Zoraide e Luiz
de Paula. Concorde com eles, saberei
também, como disse o poeta,
ouvir estrelas, e fazer as minhas
confissões de ouro que pude
minerar.